"Viver em função de uma só pessoa, como se sua vida apenas tivesse sentido se ela estivesse por perto? Acordar e olhar para a mesma pessoa todo santo dia! Sexo com uma única pessoa pelo resto da vida! Ter que cuidar da casa, do marido, dos filhos, do cachorro, trabalhar... Não era um tipo de sentença de escravidão, pelo menos?"
Porém, sua vida pré-moldada literalmente sai dos eixos. Após derrubar o seu moderníssimo aparelho de celular em um vaso sanitário durante uma balada, ela sai em busca de um substituto, já que sente como se estivesse perdendo uma parte de si mesma. Ao adquirir o seu novo celular, algo misterioso e sobrenatural acontece, e ela é remetida ao passado, mais propriamente ao século XIX.
Sem saber como foi parar em tal época e nem ao menos como voltar para sua casa, ela é acolhida por Ian Clarke. No seio da família Clarke, Sofia tenta de todas as formas possíveis retornar para a sua "vida moderna", e conta com a ajuda do prestativo e cortês Ian, além de algumas pistas soltas que pairam pelo seu caminho. O que ela não poderia sequer imaginar era que o seu coração não lhe obedeceria e a deixaria mais presa ao ano de 1830 do que ela poderia supor...
No início de Perdida, temos um chick-lit moderno e divertido, e dentro de poucos capítulos, de forma bem natural e original, acompanhamos a história se transformar em um belíssimo e rico romance histórico. Carina dispôs de muito tato e maestria ao tecer essa trama tão encantadora e esfuziante, me deixando completamente apaixonada por seu enredo. Narrado em primeira pessoa pela Sofia, acompanhamos a sua vida high-tech, seu emprego no escritório, com direito a um chefe bem mala e toda a sua independência e altivez. Em um passe de mágica, ela se vê envolta em pleno século XIX, onde ainda não existia telefone, fotografia, eletricidade e nem ao menos banheiro, como conhecemos hoje, dentre outros luxos e mordomias.
Sofia é uma personagem de caráter e cheia de propósitos, e é praticamente impossível não se divertir com ela ao longo da história. Os momentos em que ela tem que utilizar a "casinha", o antepassado do banheiro, e fazer uso de folhas de alface e sabugo de milho são os mais hilários da trama. Se adequar ao vestuário e aos costumes da época, sobretudo, como deve se portar uma dama do século XIX, fazem com que demos boas risadas também. E quando o seu coração começa a palpitar mais intensamente do que o normal, suspiramos junto com ela e sentimos toda a plenitude de sua paixão.
Ian, então...É difícil buscar palavras que o caracterizem com coesão, e posso até mesmo afirmar que ele é um príncipe dos contos de fada, perfeito! Além de lindo e de possuir um porte atlético invejável, é um verdadeiro gentleman, educado, refinado, cavalheiro, doce, romântico, enfim, tudo de bom! O seu carinho e apreço por Sofia são retratados de uma forma tão romântica e afetuosa, que é impossível não se apaixonar.
"Ian concordou com a cabeça e fez uma mesura com o braço. Era tão surreal! Eu tinha a impressão que, a qualquer momento, o Senhor Darcy em pessoa sairia de alguma daquelas portas de madeira acompanhando Lizzy Bennet."Em suma, Perdida é um livro espetacular e arrebatador, e se tornou um dos melhores da literatura nacional que eu tive a oportunidade de ler. A narrativa da Carina é incrível e ela consegue nos encantar com o seu jeito próprio e peculiar de escrever. Gostei muito da capa e quem leu sabe o significado do All-Star ao longo da trama. A diagramação também está boa, com pouquíssimos erros de revisão, nada que chegue a atrapalhar a leitura. Para fãs de romance, tanto históricos como modernos, é leitura mais do que obrigatória! Me apaixonei por Perdida, e recomendo, com certeza!
RESENHA FONTE
Lembrando que o livro será Relançado em breve pela Editora Versus ;-)
Beijúsculos, até a próxima semana.
Equipe TwilightMoms Brasil
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